Passatempos:

O Dia de Todos os Pecados - Colleen McCullough [Opinião]


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O Dia de Todos os Pecados
Um dia, uma cidade, doze homicídios...
de Colleen McCullough

Edição/reimpressão: Outubro de 2010
Editor: Difel
Páginas: 400
ISBN: 9789722909792
Colecção: Literatura Estrangeira

SinopseO ano é o de 1967. A Guerra Fria avança, imparável, e o mundo encontra-se à beira do holocausto nuclear. Num bonito dia de Primavera, na cidadezinha de Holloman, Connecticut, onde fica a Universidade Chubb e a Cornucopia, gigante dos armamentos, o chefe dos detectives, capitão Carmine Delmonico, tem preocupações mais urgentes do que arranjar um nome para o seu filho recém-nascido: deram-se doze homicídios num só dia e Delmonico é arrastado para uma sinistra teia de segredos e mentiras.
Com o apoio dos detectives sargentos Abe Goldberg e Corey Marshall e da meticulosa Delia Carstairs, o novo membro da equipa, Delmonico envolve-se no que parece ser um mistério insolúvel. Os homicídios são todos diferentes e não parecem ter qualquer relação entre si. Estarão na presença de um ou de muitos assassinos? E como se doze homicídios não chegassem, Carmine não tarda a ver-se a braços com o misterioso Ulisses, um espião que entrega aos russos os segredos das armas da Cornucopia. Os homicídios e a espionagem são casos diferentes ou estão ligados?
Quando Ted Kelly, agente especial do FBI, se junta à investigação, parece que o que está em jogo é muito mais do que alguém imaginara e que o homicídio é apenas uma peça do quebra-cabeças de crimes que provocou o pânico em Holloman. Enquanto a sobrecarregada polícia enfrenta as politiquices próprias de uma cidade pequena, a rivalidade académica e a avidez empresarial, o número de mortes aumenta e Carmine e a sua equipa descobrem que as respostas não são o que parecem... Mas alguma vez o serão?
Mais uma vez demonstrando que é mestre em suspense, a autora de best-sellers Colleen McCullough regressa com uma empolgante sequela de Um Passo À Frente.



Ponto de Vista:  Colleen McCullough, apesar de ser já uma autora com algumas obras publicadas e de um certo relevo, só agora a ‘descobri’, e como não tinha nenhuma opinião formada sobre ela posso dizer que se revelou uma agradável descoberta.

O Dia de Todos os Pecados vem em seguimento de um livro anterior – Um Passo à Frente, e de início tive algum receio de não conseguir encaixar a história por esse facto, é certo que as personagens tiveram algum crescimento devido a um caso que tinham investigado anteriormente e há várias referências ao mesmo neste livro, mas isso não se revelou impeditivo na compreensão desta nova história e investigação.
Estamos perante um policial recheado de homicídios e suspeitos, em que quase nem nos apercebemos que tudo se desenrola à volta da Guerra Fria e de uma possível 3ª Guerra Mundial, onde a espionagem ganha terreno e a morte se torna justificável.

“Só há uma coisa que garante o genuíno poder: a perda da liberdade pessoal.”

Carmine Delmonico vê-se a braços com doze homicídios, alguns bastante violentos, na pacata cidade de Holloman e que pouco têm em comum senão o facto de terem sido todos cometidos no mesmo dia.
A sua equipa entra em acção para tentar desvendar o que levou a estes crimes e quem está por detrás de tudo. Pelo meio outros problemas o assolam, como arranjar um nome para o seu filho recém-nascido ou escolher entre um dos membros da sua equipa para ocupar um cargo de tenente, e tudo piora quando até a sua própria família começa a estar em perigo de vida.
Com o surgimento do FBI, Carmine percebe que não é só os homicídios que preocupam as forças policiais, existe espionagem na Cornucopia, uma empresa de armamentos, em que o seu presidente foi uma das doze vítimas de homicídio, e por sinal com contornos bastante cruéis.
Entretanto, outros crimes vão surgindo e, ao que parece, estes começam a estar relacionados com esta situação, e é preciso começarmos a chegar perto do final da história para conseguir fazer a ligação de tudo e para descobrir quem é o mentor de todas estas atrocidades.

“O poder transforma os seres humanos em animais..”

Quanto às personagens presentes na história, que são bastantes, na sua maioria elas chegam-nos descritas pelos olhos de Carmine que lhes dá sempre um carácter bastante peculiar. Mas a mais cativante é, sem dúvida, Delia Carstairs, sua assistente, cheia de originalidade, boa disposição, dedicada e trabalhadora, e que nos mostra que o valor está acima de tudo nas nossas atitudes.

“O verniz exterior é bom, mas é a leitura extracurricular que realmente nos ensina.”

E apesar de não ser grande apreciadora de questões políticas, e de esta ser uma história baseada nas diferenças ideológicas de cada um, a mesma consegue-se destacar mais pelos contornos dos crimes e a personalidade de cada personagem, em conjunto com vivências familiares e o papel da mulher na sociedade, e isso, juntamente com o facto de a autora possuir uma escrita simples e directa consegue cativar o leitor e despertar o interesse pelo desfecho da história.
E, espero por isso, ter oportunidade de ler mais sobre as investigações de Carmine Delmonico e a sua fiel assistente Delia Carstairs.      

“As mulheres têm uma coragem incrível, todos os dias das suas vidas. Para um polícia como eu, são presas. Há sempre alguém a observá-las, a segui-las, a espiá-las, e ninguém sabe que mulher será o próximo alvo. Mas nem é só isso: as mulheres são corajosas porque têm filhos e tratam do lar… e essa tarefa pode ser muito difícil!”

Em estrelas: -4{

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